Brasil sai na frente do clima em Baku
Oferece ideias de transformação ecológica
eyesonbrasil
Amsterdã/Baku, 13 de novembro de 2024 – Na Conferência do Clima COP 29 esta semana em Baku, Azerbaijão, o Brasil assumiu uma posição de liderança no evento desde a abertura, oferecendo seu espaço Caminhos para a Transformação Ecológica. Esta é uma nova iniciativa do país para discutir as mudanças climáticas, informou a mídia no Brasil ao eyesonsuriname.
“Temos a maior floresta tropical do mundo, temos a eletricidade mais limpa do mundo – 85% é hidrelétrica, solar, eletricidade, biomassa – temos biodiesel, o melhor do mundo – era 10% [percentual misturado à gasolina], o presidente Lula aumentou para 12%, 14% e no ano que vem vai para 15%, assim como a lei sobre o combustível do futuro”, disse o vice-presidente Geraldo Alckmin, que liderou a delegação de seu país.
Ele também enfatizou a regulamentação do mercado de carbono no Congresso Nacional, a redução do desmatamento para levar o país a zero e a entrega da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), que considerou extremamente brutal. “Estamos passando de 2,2 bilhões de toneladas de CO2 equivalente para uma meta de 850 milhões de toneladas de CO2 equivalente até 2035”, continuou ele.
Ministro do Ambiente e das Alterações Climáticas
Marina Silva destacou que as ações discutidas no encontro em Baku levarão o Brasil a sediar a COP de implementação (COP30). “Qual é o indicador do sucesso desta COP29, além das muitas questões que estão sendo discutidas aqui?
Certamente são os mecanismos de financiamento, sem os quais o que anunciamos serão apenas palavras”, disse ela, enquanto os participantes deste ano planejam se concentrar na coleta de recursos para as ações consideradas necessárias.
Segundo Silva, o financiamento climático é o que vai possibilitar ações de adaptação e mitigação e a transformação dos modelos de desenvolvimento.
Esse caminho já foi traçado com as políticas públicas de enfrentamento às queimadas, a implementação do plano climático, o Pacto pela Transformação Ecológica e os resultados alcançados pelo atual governo.
“Não queremos nos contentar com os dados que conseguimos, queremos que o Brasil seja o endereço da prosperidade, mas, como diz o presidente Lula, com uma luta contra a desigualdade, a prosperidade, a proteção da biodiversidade e dos povos indígenas, a prosperidade para que nosso país possa ser democrático e sustentável, em diálogo com todos os setores”, insistiu.
Sobre a ambição do Brasil de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, o ministro enfatizou a importância global do Brasil nessas questões. “Vamos traçar o caminho para a transição, o fim do uso de combustíveis fósseis, o fim do desmatamento e para que ninguém fique para trás”, sublinhou.
Durante a cerimônia de abertura do
COP29, o ministro da Ecologia do Azerbaijão, Mukhtar Babayev, assumiu a presidência do sultão Al Jaber, que presidiu a conferência anterior nos Emirados Árabes Unidos em 2023: “Ao mobilizar o financiamento climático, possibilitamos grandes ambições. E quando mostramos sinais de maior ambição juntos, criamos a confiança para desbloquear maiores compromissos financeiros”, disse Babayev.
“A mudança climática já está aqui, de casas inundadas na Espanha a incêndios florestais na Austrália, de oceanos emergentes no Pacífico a planícies áridas na África Oriental. Quer os vejamos ou não, as pessoas sofrem nas sombras. Eles morrem no escuro. E eles precisam de mais do que compaixão, mais do que orações e burocracia. Eles estão implorando por liderança e ação”, alertou.
“Eles estão esperando que mostremos liderança e não podem arcar com o custo do atraso. Então, vamos aumentar essa ambição e permitir a ação. Vamos avançar em solidariedade por um mundo verde. E vamos trabalhar”, continuou ele.
O evento de duas semanas se concentrará na arrecadação de fundos de países mais ricos a países menos desenvolvidos para ajudá-los a combater as mudanças climáticas e reduzir as emissões de gases. Até agora, a promessa anual de US$ 100 bilhões (prometida na COP15 em Copenhague) foi considerada insuficiente.
No entanto, não há consenso sobre o valor exato ou sobre quais fórmulas devem ser usadas para aumentar o financiamento.