BRICS e a Busca pela Paz na Ucrânia

Caminhos Divergentes: As Posições de Lula e Macron sobre a Ucrânia
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Durante sua visita a Paris, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou seu apoio à iniciativa de paz proposta por China e Brasil para mediar o conflito entre Rússia e Ucrânia. O plano de seis pontos, que defende a não escalada da guerra, assistência humanitária e uma conferência internacional de paz, foi recebido com ceticismo por Kiev e seus aliados ocidentais, pois não exige explicitamente a retirada das tropas russas.

Enquanto isso, o presidente francês Emmanuel Macron adotou uma abordagem completamente diferente. Macron continua defendendo o envio de apoio militar à Ucrânia, alertando que uma vitória russa desestabilizaria a Europa. Embora ele não tenha se comprometido a enviar tropas francesas diretamente para o combate, sugeriu que poderia fornecer garantias de segurança à Ucrânia após um cessar-fogo. Sua posição gerou críticas de Moscou, que questiona a sinceridade da França na busca pela paz.
O BRICS Consegue Mediar a Paz?
A aliança BRICS—Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul—tem se posicionado como um contraponto à influência ocidental e busca desempenhar um papel maior na resolução de conflitos globais. Lula propôs que a ONU liderasse a formação de uma comissão neutra para mediar as negociações de paz entre Rússia e Ucrânia. Seu plano sugere que um grupo de países não alinhados poderia interagir com Kiev e Moscou, oferecendo um compromisso em que nenhum dos lados ganha totalmente, mas que poderia encerrar as hostilidades.

Na recente cúpula do BRICS, líderes como Xi Jinping, da China, e Narendra Modi, da Índia, enfatizaram a necessidade de desescalada do conflito, afirmando que a guerra não pode se expandir ainda mais. No entanto, há dúvidas sobre o impacto real do BRICS na guerra, considerando o envolvimento profundo da Rússia e a forte dependência da Ucrânia do apoio militar ocidental.
O Declínio do Apoio dos EUA a Zelensky
À medida que a guerra se prolonga, o apoio dos EUA à Ucrânia começa a enfraquecer. O presidente Donald Trump enviou especialistas para auditar os gastos da Ucrânia com ajuda militar dos EUA, levantando preocupações sobre corrupção dentro do governo de Zelensky. A administração de Trump interrompeu temporariamente o envio de auxílio militar, citando a necessidade de maior transparência e prestação de contas.

Além disso, Trump questionou o volume de ajuda enviado à Ucrânia, alegando que a Europa contribuiu muito menos do que os Estados Unidos. Sua iniciativa de auditoria alimentou especulações de que Washington pode reduzir seu compromisso financeiro e militar, deixando Kiev em uma situação delicada.
Conclusão: Um Cenário Geopolítico em Transformação
Com Macron defendendo mais apoio militar, Lula propondo negociações de paz e Trump revisando a ajuda à Ucrânia, o cenário geopolítico da guerra está mudando. Embora o BRICS possa desempenhar um papel na mediação, seu sucesso dependerá da disposição da Rússia e da Ucrânia para negociações genuínas. Além disso, a hesitação dos EUA pode redefinir o conflito, levando Kiev a reconsiderar sua estratégia.
Enquanto o mundo observa, surge uma grande questão: A diplomacia prevalecerá, ou a guerra continuará escalando?
Fontes:
- Lula pushes China-Brazil 6-point peace plan at UN, already dismissed by Ukraine as ‘destructive’
- Macron warns the West could lose credibility over Ukraine and Gaza wars
- Macron says France won’t send troops to Ukraine ‘tomorrow’ but may give security guarantees
- Moscow says Macron statement to Ukraine peace is not reliable
- BRICS aligns positions and commitments on multilateralism, global peace, and tech security