O jogo Bonito
O outro lado
Pois eh
Anton Foek
Amsterdam, 10 de Julho de 2021–Independentemente de qual time vença o Campeonato Europeu de Futebol em 11 de julho, três coisas são certas.
- O primeiro é a grande audiência em bares e residências esportivas: 600m assistiram à final do torneio em 2016.
- O segundo é a trilha sonora.
Os fãs italianos irão encorajar seu time cantando a melodia de “Seven Nation Army”, como fazem desde a Copa do Mundo de 2006. Os fãs ingleses irão gritar “Está voltando para casa, está voltando para casa …”
– O terceiro dado é o consumo de álcool. Antes da semifinal entre Inglaterra e Dinamarca em 7 de julho, a British Beer and Pub Association estimou que 10 milhões de litros seriam vendidos no dia do jogo.
Durante o jogo em si, eles calcularam que cerca de 50.000 bebidas seriam compradas a cada minuto, ou seja, a cada sessenta segundos.
– Um quarto comportamento também se tornou terrivelmente previsível: um aumento na violência doméstica após o apito final.
Um estudo realizado em 2014 por acadêmicos da Lancaster University analisou o número de denúncias de abusos contra uma força policial no noroeste da Inglaterra durante três Copas do Mundo de futebol.
Eles descobriram que esses relatos aumentaram em 26% quando a seleção nacional venceu ou empatou, e em 38% quando a equipe perdeu (outros estudos sugerem que o abuso é pior quando a Inglaterra vence).
Um novo estudo, publicado em 4 de julho, vai muito além.
Ria Ivandic, Tom Kirchmaier e Neus Torres-Blas do Center for Economic Performance (CEP) analisaram 523.546 incidentes de violência doméstica relatados à Polícia de Greater Manchester entre 2012 e 2019, juntamente com informações detalhadas sobre 780 jogos disputados pelo Manchester City e pelo Manchester United neste período.
Eles conseguiram desvendar por que a violência praticada pelo parceiro íntimo aumenta após os jogos e criar um cronograma de quando as mulheres correm mais risco. As mudanças são “dirigidas exclusivamente de perpetradores do sexo masculino para vítimas do sexo feminino”, observam os autores.
AF