a@eyesonbrasil.com

Potencial de investimento para o Sul do Brasil

Notícias

Potencial de investimento para o Sul do Brasil

Smart Agriculture

O futuro na indústria alimentícia

por: Idoia Olabarrieta e Angela Melado

fonte:  alimentação 4.0. AZTI

AF.

Amsterdam, 9 de Junho de 2021– A crise gerada pela Covid teve como consequência colateral a antecipação do futuro: a transição para a sociedade digital se acelerou e as empresas que não sabem ver ou não se adaptam ficarão de fora das novas regras do jogo . Nós falamos sobre a situação atual e o futuro da digitalização nas indústrias alimentícias.

Quais são as linhas de investimento mais comuns na atualidade?

As empresas estão percebendo a necessidade de ter informações digitalizadas, por isso seus investimentos estão direcionados nessa direção. Atualmente, é comum investir em plataformas de digitalização e gestão da informação, como ERPs e MES e, quando necessário, na melhoria ou renovação de equipamentos automáticos existentes, que muitas vezes se tornam obsoletos por carecerem de meios digitais de informação para que possam se comunicar com outros sistemas.

Penetraram estratégias baseadas na inteligência artificial para a melhoria, por exemplo, da produção ou manutenção em instalações de alimentação? Para que servem os dados na indústria de alimentos? Quais são os casos de uso normais?

A penetração de estratégias baseadas em inteligência artificial está longe de ser comum, embora o conceito esteja sendo gradativamente assimilado pela indústria como uma necessidade.

A inteligência artificial baseia-se na implementação de sensores e tecnologias inteligentes capazes de gerar dados que, por meio de análises, são capazes de produzir informações úteis e antecipar imprevistos.

A inteligência artificial pode melhorar, por um lado, a gestão de matérias-primas e a otimização de recursos na produção, e ajuda a uniformizar a qualidade do produto, permitindo assim maior eficiência e sustentabilidade do processo.

Hoje observamos que muitas empresas estão começando a gerar grandes quantidades de dados que não estão sendo usados para fins lucrativos ou informações úteis para seus negócios. O mais normal é utilizar os dados para controle de estoque ou gestão de embarques, mas ainda não é usual utilizá-los de forma inteligente, para ajuste automático da produção de acordo com a qualidade das matérias-primas, previsão de consumo, previsão de demanda, etc. e isso é o valor real da implementação da inteligência artificial. Apenas empresas muito grandes estão começando a fazer isso.

Quais outras tecnologias estão gerando expectativas mais altas no caminho para melhorar a indústria?

O uso de sensores inteligentes é a base da transformação digital, pois serão as ferramentas para obter os dados objetivos que permitirão o desenvolvimento de modelos preditivos que ajudarão a melhorar o processo e padronizar a qualidade do produto. Outras tecnologias, como realidade aumentada ou gêmeos digitais, estão ajudando a gerar diferentes cenários de produção e antecipar situações inesperadas. Essas tecnologias ainda são pouco utilizadas na indústria de alimentos, mas podem ajudar muito na otimização da produção e dos processos. Além disso, tecnologias relacionadas à manutenção preditiva de máquinas é uma das avenidas abertas pela digitalização e é muito interessante para empresas com grandes volumes de produção.

A digitalização abre muitas expectativas na indústria de alimentos, mas também gera grandes desafios. A indústria de alimentos ainda reluta em implementá-la, por diversos motivos: falta de conhecimento dessas ferramentas: às vezes há indústrias que não sabem quais ferramentas são as mais adequadas e como incorporá-las, e, por sua vez, falta tecnologias específicas para a casuística de uma indústria dessas características.

Como o setor de alimentos influencia a automação de setores produtivos adjacentes, como o agroalimentar?

Mais do que automação, devemos falar de digitalização. Hoje em dia, a digitalização (e a conectividade) devem ser concebidas de um ponto de vista holístico, incluindo todos os elos da cadeia de valor, que deixaria de ser linear, uma vez que, graças ao uso da informação, todos os elos podem ser interligados. Portanto, a digitalização de um elo, como o elo alimentar, influencia todos os outros elos da cadeia, de modo que se torna mais transparente e rastreável.

Por fim, e considerando a situação atual gerada pela pandemia Covid-19, como a indústria está enfrentando essa situação?

A pandemia está afetando o setor. O fato de que a maior parte do setor HORECA desapareceu durante a pandemia significou que muitas empresas reduziram muito a produção e seus negócios foram interrompidos. Acreditamos que a pandemia ainda pode gerar outras oportunidades se a indústria de alimentos estiver preparada. Nesse sentido, ferramentas digitais, conectividade e inteligência artificial podem ajudar. Por exemplo, o fato de ter um feedback das demandas dos consumidores, etc., pode ser eficaz para reajustar produções ou reinventar empresas, para promover o comércio online, a fim de não perder capacidade de produção ou empregos.

Que outros desafios, mais de médio e longo prazo, estão no horizonte para a indústria de alimentos?

O principal desafio da indústria alimentar a médio e longo prazo é conseguir a digitalização de toda a sua cadeia, tornando-a mais transparente (ao nível da qualidade, segurança e integridade) e aumentando a confiança do consumidor. Da mesma forma, essa digitalização da rede permitirá a geração de novos modelos de negócios e até mesmo aumentar sua resiliência a imprevistos, como o que vivemos agora com o COVID-19 ou o que vivemos há alguns meses com a tempestade Gloria.

Autores: Idoia Olabarrieta e Angela Melado, especialistas em alimentação 4.0. AZTI

AF

LET’S KEEP IN TOUCH!

We’d love to keep you updated with our latest news and offers 😎

We don’t spam! Read our privacy policy for more info.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *