A Start-up que Filtra CO2 do Mar
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Amsterdã, 20 de novembro de 2024 – Alguns anos atrás, o eyesonsuriname, parte do eyesonproject, escreveu sobre a SeaO2.
Com uma abordagem clara e direta, a start-up holandesa planeja remover toneladas de CO2 do mar. Graças a um recente investimento de mais de 2 milhões de euros, a empresa está pronta para aumentar sua escala significativamente.
Simplicidade
O conceito apresentado pela SeaO2 é bastante simples. Os mares e oceanos funcionam como uma espécie de esponja de CO2. O mar e o ar agem como vasos comunicantes. Ao remover CO2 da água do mar, o mar absorve a mesma quantidade de CO2 do ar.
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De acordo com um dos cofundadores da SeaO2, Ruben Brands, extrair CO2 da água é mais fácil do que do ar. “A concentração de CO2 na água é 150 vezes maior do que no ar. Portanto, é mais fácil remover uma tonelada de CO2 do mar do que do ar.”
Filtrar CO2 do mar é mais barato, mais simples e resulta em melhores resultados. Por isso, a SeaO2 prefere a Captura Direta do Oceano (DOC, na sigla em inglês) à Captura Direta do Ar (DAC). A tecnologia utiliza uma caixa transparente, que a start-up chama de “stack”, para extrair CO2 da água do mar.
Investimento
Em uma recente rodada de investimentos, a empresa arrecadou mais de 2 milhões de euros de investidores, incluindo DOEN Participaties, Future Tech Ventures e CarbonFix.
Brands já tem planos para o uso desses recursos. “Cerca de 60% do orçamento será destinado à escalabilidade da tecnologia. Aproximadamente 30% será utilizado para expandir nossa equipe, e os 10% restantes serão destinados a um sistema de monitoramento e verificação que tornará a remoção de CO2 mensurável. É importante acertar isso. Nós armazenamos o CO2 da água do mar permanentemente. Para fundamentar nosso caso, é essencial saber exatamente quanto.”
Escalabilidade
A maior parte do dinheiro arrecadado está reservada para aumentar a escala da operação.
“Escalar é crucial. Não temos tempo a perder. O painel climático da ONU, o IPCC, calculou que precisamos remover cerca de 10 gigatoneladas de CO2 do sistema para manter o aumento da temperatura global abaixo de 1,5°C. Nossa inovação contribui para isso e queremos fazê-lo da maneira mais eficiente possível.”
A eficiência desempenha um papel fundamental. A tecnologia DOC exige muita energia. A SeaO2 usa exclusivamente energia verde e água do mar, mas essa eletricidade não pode ser utilizada para eletrificar empresas ou carregar carros. “Em grande escala, a tecnologia se torna mais eficiente em termos energéticos. Precisamos de menos energia verde, o que também reduz o custo. Além disso, quanto mais CO2 extraímos do mar, mais contribuímos para combater as mudanças climáticas. Até 2030, queremos remover 1 milhão de toneladas de CO2 do mar todos os anos. Até 2045, esse número deve chegar a 1 bilhão de toneladas. Quanto maior a escala, maior o impacto.”
Vida Marinha
Filtrar a água do mar tem algum impacto na vida marinha? Para avaliar isso com precisão, a SeaO2 contratou recentemente um oceanógrafo.
“É bom ter um especialista a bordo com contatos no mundo científico. No final das contas, nossa tecnologia remove apenas CO2 da água. Não alteramos a composição da água do mar de nenhuma outra forma. Sabe-se que o CO2 acidifica a água do mar, o que é prejudicial para o ecossistema. Ao remover o CO2, estamos combatendo a acidificação. Portanto, esperamos um efeito positivo, e não negativo, no ecossistema.”
Ao mesmo tempo, isso nunca foi feito em uma escala tão grande, por isso é importante monitorar de perto. Para isso, a SeaO2 trabalha com outras empresas envolvidas na DOC. Ao compartilhar conhecimento e estabelecer protocolos, a esperança é realizar o processo com segurança.”
Start-ups americanas como Equatic e Captura estão entre as empresas que Brands menciona. Elas também estão desenvolvendo tecnologia para filtrar CO2 dos oceanos. “O mercado de remoção de carbono está evoluindo rapidamente. Quando começamos em 2021, havia apenas três empresas trabalhando com DOC. Agora, conheço cerca de quinze.”
Parte da Solução
Isso demonstra o potencial da tecnologia, afirma ele. “Cada vez mais pessoas, até mesmo os céticos, estão se convencendo de que isso pode ser parte da solução.
A tecnologia veio para ficar. Precisamos disso se quisermos limitar o aquecimento global. Pode parecer futurista extrair CO2 dos oceanos dos últimos 80 anos, mas realmente precisa acontecer. Caso contrário, veremos mais eventos terríveis, como chuvas intensas em Valência, inundações mais perto de casa ou o fato de não haver neve nos Alpes.
Todos esses fenômenos tornam as mudanças climáticas cada vez mais visíveis. Acho que essa visibilidade, por mais dolorosa que seja, é algo bom. Precisamos ver o estado atual do planeta. Só então ficará claro que precisamos fazer mais para salvá-lo.”